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Guia do Estomizado

2 As Estomias

2.1 A Colostomia
2.2 A Ileostomia
2.3 A Urostomia

2.1 A Colostomia

Uma colostomia é criada quando uma parte do intestino grosso é removida ou contornada. A parte remanescente do intestino grosso que ainda está em funcionamento é conduzida através da parede abdominal, criando o estoma. Isso resulta numa mudança da função corporal normal para permitir a eliminação do conteúdo do intestino em razão de uma doença, ferimento ou defeito congênito.

Quando se apresentam certas condições no intestino grosso, pode ser necessário dar um descanso a essa região. Isso é feito impedindo-se que as fezes a alcancem. Para tanto, uma colostomia temporária é criada, de forma que a cicatrização possa ocorrer. Dependendo do processo de cura, isso pode levar semanas, meses ou até mesmo anos. Por fim, a colostomia temporária é reconstituído o trânsito e os movimentos intestinais normais são restaurados.

Quando a porção final do cólon ou do reto fica doente, torna-se necessária a construção de uma colostomia permanente. A porção enferma dever ser totalmente removida ou permanentemente contornada. Tal colostomia proporciona para as fezes uma saída que não será fechada jamais.

A localização da estomia no abdômen depende da parte do cólon utilizada para criá-la. A enfermeira de estomia ou o cirurgião determinará a localização correta do estoma. A aparência do estoma depende do tipo de colostomia e de diferenças individuais do corpo humano. Embora no começo o estoma possa ser bastante grande, ele encolherá gradualmente e atingirá seu tamanho final dentro de seis a oito semanas.

Quando você olha para um estoma, está na verdade olhando para o revestimento interno (ou mucosa) do intestino. Ele é morno, úmido e secreta pequenas quantidades de muco. Ao contrário do ânus, o estoma não possui uma válvula ou músculo de fechamento. Por essa razão, o controle voluntário da passagem das fezes não é possível.

A função do cólon consiste basicamente em extrair a água do bolo alimentar, transportá-lo e armazenar os detritos. Há dois tipos principais de atividades no cólon: o peristaltismo e o reflexo de massa. Esses movimentos ocorrem em partes diferentes do cólon, mas não são percebidos. A finalidade do peristaltismo é misturar e amassar os alimentos e extrair a água, formando assim o produto final, as fezes. Quando as fezes se acumulam numa parte do cólon, os músculos nessa região relaxam e dilatam-se para acomodá-las. A pressão aumenta na medida em que se aproxima o limite da dilatação. Nesse ponto, um reflexo de massa, mais forte do que o peristaltismo, empurra as fezes para a parte seguinte do cólon, de onde irão mover-se para o reto. Isso ocorre automaticamente várias vezes ao dia, geralmente depois de consumirmos alimentos ou bebida.

A porção final do trato digestivo é formada pelo reto e pelo ânus. Ligações nervosas especiais com o cérebro nos tornam conscientes do momento em que o detrito atinge essa seção. Somente então o processo digestivo fica sujeito à nossa vontade. Quando o detrito entra no reto, sentimos a vontade de ter um movimento intestinal. O esfíncter anal permite-nos controlar essa vontade. Ao contrário do trato digestivo, ele se contrai ou relaxa de acordo com a nossa vontade.

2.2 A Ileostomia

Uma ileostomia é uma abertura cirurgicamente criada na parede abdominal. O final do íleo (a porção mais baixa do intestino delgado) é conduzido através da parede abdominal para formar o estoma, geralmente na parte inferior do lado direito do abdômen. Quando você olhar para o seu estoma, estará na verdade olhando para o revestimento (ou mucosa) do intestino, que é como o revestimento das suas bochechas. Geralmente, o cólon e o reto são removidos e as funções normais do cólon e do reto não mais estarão presentes.

O estoma parecerá rosado ou avermelhado e será úmido e brilhante. Seu tamanho diminuirá dentro de um curto espaço de tempo depois da cirurgia. O formato será arredondado ou ovalado e poderá projetar-se ou ficar rente à pele.

Uma ileostomia pode ser permanente ou temporária, dependendo da razão para a cirurgia. O cólon inteiro, o reto e o ânus são removidos ou contornados numa ileostomia permanente. Com uma ileostomia temporária, o cólon inteiro é removido (ou parte dele), mas todo o reto (ou parte dele) permanece intacto. Às vezes, uma ileostomia é realizada para proteger uma anostomose colo-colônica ou colorretal.

Geralmente, uma cirurgia de ileostomia é realizada quando um cólon doente ou machucado não pode ser tratado com sucesso através de outros métodos. A razão mais freqüente para a cirurgia é a doença inflamatória do intestino (DII), que inclui a doença de Crohn e a colite ulcerativa. Ileostomias são também criadas em razão de defeitos de nascença, polipose familiar, ferimentos e complicações decorrentes do câncer, tratamentos especiais, como a radioterapia, ou proteção de anostomoses.

Ocasionalmente, uma ileostomia temporária é realizada a fim de proteger e permitir o descanso do cólon ou do intestino delgado durante o processo de cura, ou como o primeiro estágio na formação de um reservatório íleo-anal (bolsa em J, veja o item 6.3).

A principal função do intestino delgado é absorver os nutrientes dos alimentos e a água. As enzimas liberadas no intestino delgado quebram a comida em partículas, de modo que indispensáveis proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais possam ser absorvidos. Essas enzimas estarão também presentes no dejeto da ileostomia e poderão provocar danos à pele. A pele ao redor de uma ileostomia deve sempre ficar protegida.

Depois da remoção do cólon e do reto, o conteúdo digestivo sai do corpo através do estoma e é coletado numa bolsa drenável ajustada individualmente, que será sempre utilizada. A consistência do dejeto de uma ileostomia irá variar entre líquida e pastosa, dependendo da alimentação da pessoa, medicamentos e outros fatores. Porque o fluxo de dejetos é constante, a bolsa terá de ser esvaziada entre 5 e 8 vezes por dia.

2.3 A Urostomia

Uma urostomia pode ser necessária quando a bexiga não estiver funcionando adequadamente. Existem algumas razões para realizar um desvio urinário. A mais comum é o câncer da bexiga. Outros motivos são disfunções neurológicas da bexiga, defeitos congênitos e inflamação crônica da bexiga, acidentes e efeitos da radioterapia.

O trato urinário é formado por dois rins, dois uréteres, a bexiga e a uretra. A urina é formada nos rins e transportada através dos uréteres até a bexiga, onde é armazenada antes de ser expelida pela uretra, por meio de um movimento de leve pressão chamado peristaltismo. É possível viver sem a bexiga, mas é necessário um mínimo de atividade renal para permitir o crescimento e a saúde.

Verificando-se um desenvolvimento canceroso na bexiga, está poderá ser removida ou contornada e a urina poderá ser desviada por meio de um estoma abdominal, permitindo que os pacientes se curem da doença.

Alguns pacientes descobrirão que é mais fácil cuidar de uma urostomia que de uma bexiga que não funcione bem por várias razões, como defeitos de nascença, cirurgia ou ferimento na coluna. Com tais danos à bexiga, o paciente não pode controlar o fluxo de urina, o que lhe provoca embaraço e aborrecimentos com problemas de pele que podem ocorrer por causa da umidade constante. Algumas pessoas jovens com problemas na bexiga optaram pela urostomia como forma de lidar com o problema da incontinência urinária.

Se uma criança nascer com defeitos no trato urinário, fazendo com que a urina retorne aos rins e resultando em infecção crônica, a urostomia pode salvar sua vida. A construção cirúrgica de um caminho pelo qual a urina possa viajar rapidamente, sem interferência, permitirá que os rins funcionem com o máximo de eficiência.

Existem duas opções básicas para a cirurgia: a urostomia convencional e o reservatório urinário continente (veja os itens 7.1 e 7.2). Nem toda pessoa poderá fazer uma urostomia continente, pois há fatores que devem ser considerados além da sua preferência. O cirurgião, depois de examinar o diagnóstico dessa pessoa, sua condição e necessidades cirúrgicas, irá apontar essas condições.

<-- 1 Introdução | 3 O Sistema Digestivo Normal -->

 

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