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Estomia e Sexualidade: precisamos discutir esse assunto.

Há pouco mais de duas semanas, recebemos na FEGEST um rapaz de 17 anos, recém estomizado, e a sua mãe, que chegaram em busca de orientação sobre o viver com um estoma. Também tivemos conhecimento de outras pessoas aproximadamente da mesma faixa etária que se tornaram estomizadas nessa fase da vida em que geralmente estamos preocupados em conquistar um lugar no mundo e... encontrar alguém.

Com todas as inseguranças que uma estomia traz, particularmente na área das relações íntimas e particularmente para aqueles que estão começando na vida, resolvemos pesquisar para oferecer uma orientação melhor quando deparados com esse tema. Encontramos o seguinte artigo:

Manejo que hacen de la sexualidad las personas ostomizadas (“Controle que fazem da sexualidade as pessoas estomizadas”), autores: Adriana Alfonso, Luz H. Bustacara, Castro Q. Ruz D., Diana P. Hernández, Dorian A. López, Luz E. Melo, Mary E. Ortiz, publicado na revista Avances en Enfemería (Facultad de Enfermería, Universidad Nacional de Colombia), Vol. XIX, n. 01/2001.

Esse texto nos ofereceu novas percepções sobre o tema estomia e sexualidade. Traduzimos os trechos abaixo.

“O profissional de enfermagem deve proporcionar empatia e confiança à pessoa estomizada para que ela possa expressar dúvidas, inquietações e temores a respeito de como controlar sua sexualidade antes de sair do hospital. Na presente investigação, demonstrou-se que a realidade é outra, já que uma alta porcentagem das pessoas estomizadas mencionam não ter recebido o preparo suficiente para lidar com a sua sexualidade depois da cirurgia, pois, ao deixar o hospital, não receberam orientação da parte da equipe de saúde. É o mesmo que demonstra uma investigação realizada em Medellín, Antioquía, em 1998, na qual se concluiu que a pessoa estomizada deixa o hospital sem a formação necessária para continuar sua vida; portanto, é necessária a implementação de programas educacionais nos hospitais para oferecer atenção de forma integral e essas pessoas, conseguindo assim esclarecer as dúvidas que surgem na pessoa.

“Ao se ver exposta às modificações na sua imagem corporal, a pessoa estomizada sofre alterações no seu estado de ânimo que podem levar a uma diminuição do desejo sexual e também a uma disfunção sexual, pois se sentem envergonhadas e temem desagradar seu parceiro, além de sentir-se incomodada pela presença da bolsa coletora, como demonstra estudo realizado em São Paulo, Brasil, com uma mostra de 45 pacientes, que projetou como resultado que a atividade sexual é um fator preocupante e muitos não a praticam por sentir medo, vergonha e tristeza.

“Por isso, é importante que o profissional de enfermagem identifique os problemas ou alterações existentes para que desse modo sejam tratadas adequadamente, convertendo a vivência sexual em algo muito agradável. Se uma pessoa estomizada e o seu companheiro tiverem a informação adequada sobre a sua sexualidade, terão melhores condições para potencializar sua própria satisfação sexual, uma vez que ocorrerá não só sensação de estímulo, mas também o fato de aumentar as relações de comunicação com o parceiro, fazendo com que aumente a sua autoestima.

“Com base na necessidade detectada, desenvolveu-se uma cartilha didática com o objetivo de impulsionar o reinício da sua vida sexual; essa cartilha obteve grande aceitação no grupo de estudo, por isso se considera que o profissional de enfermagem deve estar capacitado a exercer simultaneamente suas duas funções: cuidar e educar, realizando um dos mais importantes princípios da enfermagem”.

(Tradução por Rogério Gonzalez Fernandes)

Talvez seja essa uma nova pauta para as pessoas estomizadas. É um assunto ainda pouco explorado e que atinge todas as pessoas, devendo, portanto, ser abordado de forma clara e honesta, a fim de aumentar o bem-estar total dos pacientes.

Izaac Fernandes

Presidente da FEGEST
Vice-Presidente da A.L.A.D.O.

 

 

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